caiu a noite

o Sol foi me dar uma folga. ultimamente tenho girado bastante em volta dele. do que é madrugada venho me afastando aos pouquinhos, até um provável dia no qual vou rodar mais a luz solar do que lunar. entrei em corpo de operária, massificado pela função de erguer um evento, que está em função do meu dinheiro e de alguma diversão que ele me vai acabar me trazendo. é um trabalho meio terapeutico até, se olhando daquela perspectiva coletiva, onde eu dependo do grupo, o grupo de mim e um outro grupo ainda depende do girar das engrenagens. tem dado pra rir, finalmente. se não fosse o mundo inteiro repetendi a mesma frase “pense menos, aja mais” acho que ainda estaria preso atrás de toda aquela névoa nos meus olhos, algo parecido com um sintoma de toda a insegurança e desencantamento com o mundo. bom, o mundo no fim das contas é o seu mundo, e só. não trata-se de apenas atirar pros lados, felizmente é um pouco mais empolgante do que isso: é atirar mirando, sem cálculos ou coordenadas, apenas mirando  um objetivo, pras coisas então começarem a se desenrolar em torno dele. agora se não é assim que a gente melhora na vida, eu aprendi errado então. ja agi tanto interna quanto externamente pra que situações melhorassem, e só agindo mesmo isso aconteceu. se é mesmo a meia-idade aquela época onde o maior desafio é vencer a própria obsessão em querer achar um sentido na vida, então nos meus quase 18 anos couberam quase 50. afinal, sinto como se ja  tivesse pensado mais do que muito cinquentão e agido menos do que eu naturalmente agiria em 1 mês. parece que ficar preso nessa gaiola em companhia do tempo  melhorou o lado bom e agravou o  ruim de toda essa minha paciência dos Deuses. como se ao mesmo tempo tivesse elevado varios níveis de compreensividade e tranquilidade, e me tornado ainda mais conformado. pensando bem, parece até algo como causa e consequência, né? quando o mundo se torna um lugar de pessoas essencialmente boas, parece que o dever chegou ao final. quando você finalmente enxerga cada um como consequência de todo um contexto , é impossível estar em são estado e ainda assim culpar alguém, incriminar alguém por simplesmente ter defeitos. quando me enxergo assim, é como se estivesse pronto pra uma próxima jornada: como se minha missão de ser uma boa pessoa tivesse chegado ao final. agora, há muito tempo, pra ser muito bom em muito níveis diferentes. bom pra mim mesmo, e bom pra toda essa gente  ao redor vivendo tão loucamente quanto eu. primeiro passo pra isso acontecer do melhor jeito possível: viver, realmente, em harmonia com a minha própria cabeça. pois depois de viver tudo, não quero servir de exemplo aqueles que ja estão chafundados em uma profundidade mórbida, e nem aqueles que não arriscam colocar nem um pezinho pra dentro. quero o meio, entre o que arrisca de mais e o que não põe o mundo a perder. o meio, que separa coração de razão. a esquina, entre fé e ciência. quero brindar com o copo que separa o imperfeitamente são do perfeitamente enlouquecido. um dose de vida, uma dose de morte.

um brinde à loucura. e à vida, o mais louco equilíbrio.

15/01/2013

a padaria não para
enquanto o resto vai se agigantando
de tão devagar
o resto vai se reduzindo
ao universo do quarto
a grande tela no céu
as nuvens do lençol
branca como nunca, cama
e o que eu vejo é escuro
luz amarela

já esteve alguém aqui será
vamos falar de outro então
são poucos e raros
sombrios felizes
cabelos no rosto que escondem
melhor das simpatias
melhor das companhias

em algum momento parei de querer te dizer coisas com sentido
já fui mais romântico
já te tratei melhor
já pude fazer melhor do que isso
mas não desistir ela me dizir

uma espécie de vinho
sobre-humano
sub-mundano
algo dessa parte já foi bom
e grande parte continua sendo
só sei que desço e subo as escadas
roupas pra lavar

sempre haverá uma orelha
mente afinada, reverberando
mais baixa das frequências
carrossel é auto-conhecimento
roda de hamster
enquanto saber demais vai se tornando em torno de si, torque
harmonia, menos alegre do q pensado
mais pra dentro
ouro invisível
diamantino

uma zona
conforto
buracos pra tapar
é a existência
felicidades que ficaram
livros que se leram sozinho

planos que se fizeram sozinhos
o que é crédito afinal
quando nossas mãos são incapazes de fazer qualquer coisa sem aquele motor interno
e outras palavras que não tem nada ver
outros discursos que não cabem
outras chuvas que vem lavar
outros
passeando ali fora
se perdendo nos dedos
velejando veias
pelos floresta
eles acharam lugar atrás da orelha
se esquentam com meu cabelo de veludo
é roxo.

te sugo aqui pra dentro
é buraco negro
roxo escuro.

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quanto tempo dura os tempos,
quantos tempos tem o tempo
quantos tempos numa vida,
tempos de felicidade, outros de agonia
tempos vêm vindo, tempos que nem sei
tempos vão indo, uns que mal lembrei
se foram bons não sorri, se ruins não chorei
tempos estranhos que ja foram, em trilhos tortos de um trem
sofrendo sem tempo, ja vou perdendo a hora
porque em matéria de tempo, sou perdido que nem você

só espero que piedoso seja o tempo
que me encha de tempos, se
e que mesmo em tempestades, não me prive de viver
todos os tempos que o tempo tiver

fota: Desatinologia

TODA ESTÁ SEM SER ALGA

O quão perdido
Eu não me visto
Tu vê meu rosto
Não entendeu

Quem é culpado
Quem é do bem
Minhas ideias
Me fazem mal

Qual a medida
A estrutura
O rosto sério
As costas curvas

Eu sinto a Terra
No meu encalço
Na vil cabeça
Navios naufragam

Agora o jogo
Se inverteu
Quem deu as regras
Sempre perdeu

Eu sou um símbolo
Você também
As mãos nos damos
Não resta alguém

Estou suspenso
Estou com medo
Eu vim caindo
Não me arrependo

Eu vim brigando
Te espancando
Sou destruindo
Sou eu criando

A vida é dura
Que ironia
Sou muito novo
Melhor parar

Essa correria
Eu amo muito
Mas sou o tempo
Não vou mudar

O ar mudou
Ela entrou
Ela sentou
Mas eu nem sei

Quem é ela
Quem sou eu
Nós somos símbolos
Mas não sei do quê

O que é confuso
Que é seguro
Qué humano
Quem é sei lá

Sou mais de um
Bem menos que eu
Se alguma vez fui você
Nem alguém nós chegamos a ser.

hora do mergulho

já que aqui de cima, cair é muito mais fácil que voar.

todos os caminhos levam abaixo. e o exemplo é dos grandes: eu li alguém teorizando sobre a humanidade tão naturalmente quanto jesus multiplicava pão (nem pra ele deveria ser tão fácil, mas como só ficaram as impressões, who really knows?). em um parágrafo me disse que a civilização humana se divide historicamente em três períodos, e o segundo trata-se da indagação, uma quantidade de anos indefinida durante a qual o homem perguntava-se o porquê das coisas, logo antes de começar a se modernizar e logo depois de algo q eu não lembro porque eu n sou assim tão velho pra lembrar. todo mundo sabe que o homem na verdade nunca parou de se perguntar do porquê das coisas, mas hoje em dia ser um filósofo/pensador/artista dá muito menos dinheiro do que nos últimos séculos, sendo isso ao mesmo tempo causa e consequência de o homem não ter chegado em conclusão alguma sobre nada nesses últimos anos. assim decidimos simplesmente nos modernizar e parar de pensar tanto. significa que elevar a alma em direção a luz através do conhecimento acabou sendo uma tarefa muito mais difícil do q deixar-se cair em direção as trevas através da ignorância. todos os caminhos levam abaixo.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Na doença
Na vitória
Cada um de nós faz o que achar melhor
No escuro
Do quarto
Travamos batalhas que só um homem pode conter
Na dúvida
Na confusão
Nos vemos no caos criados pela própria razão
Ter razão
Ter certeza
Não é suficiente, só ter alma também não
Da janela
Dessa porta
São criaturas vivas vivendo dentro de mim
De dentro
Pra fora
O caminho ja existe, só falta sair

São coisas concretas pesando
São luzes e sombras, cegando
Um som sem as nuvens, torrando
Avenida vazia, trancada

Onde estão essas pontes
Essa névoa terrível não me deixa ver
Cadê o meu chão
Do alto eu vejo, mas não sei descer!

Essa pernas são fracas
Quando aterriso não sei mais parar
Se for pra bater
No cara na cara, eu não sei mais ser
Quem eu sou
Não sei mais estar como estou

meu amor

depois de saber tanta coisa, agora parece que voltei ao inicio.
depois de tanto achar que me conhecia, agora me pareço estranho.
antes de te conhecer tava tudo ótimo, comparado com isso que eu ando vivendo.
antes de te dizer o que eu sinto, eu comprei um milkshake do teu sabor preferido.

depois de estragar tudo, eu vim te pedindo inescrupuloso
depois de sumir pra sempre, voltei pra ti por quase um mês
antes de saber que ainda te amo, você ja vinha esquecendo
antes que desse tempo pra te buscar, você marcou de transar com o meu amigo.

quando a esperança era grande, era cega como todo mundo dizia
quando tudo conspirava a favor, descobri que era só impressão
era tarde branca serena, vim cheio de cores pintar os espaços vazios
é o mundo indo a mil, e eu vindo freiando

e aí um dia eu vi a minha estranheza, quis cair mas tu me segurou
e um dia você me viu castelo nas nuvens, amou
meio-dia caíam os portões, nove de noite tu erguia as torres
nossos dez meses acabaram em segundos

elevei a razão a deus maior, nós mal fizemos sentido
elevei coração senhor do juizo, ja tinha pensado demais
indelicado imaturo criancinha, vem viver comigo a imperfeição
vem dar um sorriso, me faz o homem que tu sempre quis

meu amor virou chacota, nem eu respeito mais
eu achei que tinha vivido algo maior, mas vai tudo encolhendo
enquanto eu me culpo por ser pequeno demais, vem que ainda dá tempo
enquanto não cresço nunca, me ama sempre e eu sou maior.

Aqui

tudo faz meio sentido, aqu sem nada eu sgo inteiro.

foi pedir demais pedir que parassem
toda essa gente pensasse por que
vem da boca sincero coração, e eu digo
cansei de viver tão assim
não é mole tropeçar todo dia
em tudo que é pedra sem arredar pé
e pedras pesando feito pensamentos
aqui atiro no mar que a vida é
aqui debatia bem louco perguntas
essas que só eu queria responder
será que essa gente não pensa e vive tranquila
ou como eu pensa, esconde e vive sofrer

funcona lgar pra tanta cosa
se lgar toma tempo e tempo eu não tenho
aqu eu vvia vazo de tão cheio
daqu vou voando vazio por nteiro.

O que tem nela
Que tem
Vem
Eu te venho até aqui
Me tem
Tinha agora tem
Fala
Faz bem, me vence
Cama
Chão
Suja é a tua mente
Que seja
Escuro
Calor
Cor
Entrou na porta
Virei
Ela não saiu nunca mais.

Tira o sinal pensar
Fecha a janela da alma
Sozinho é você
Vem ser
Esse rombo no estômago
Paredes
Dentro
Eu vou mais fundo
Forte
Bruto meio
Soco de tesão
Grito, tapão
Mão pescoço
Puxo, machuco
Xingo com o punho

intimidade é um mal necessário
curvada arqueada
cabelo
parede
rosto corado
pressão
de costas
te pintei na parede
meu papel de parede.

??????????

onde quer que seja
por mais só que esteja
quando a noite cai
ilumina todas as órbitas

é negro eu vejo claro
é claro eu vejo cinza
ansiando pela noite de novo cair
se derramar nos prédios
na vista, na vida minha
na soma de todas as cordas
emboladas no meu caos
do meu cabelo
pra de repente mostrar
que o caos é nossa ordem
ordenado diferente em diferentes almas

e que quando cai a noite
eu subo ao lar que é o ceu
voo pra jamais me perder de novo.