Eu quase pego o abismo nas mãos, e por pouco não me leva acima, enquanto o poder me transforma em uma marionete que eu nem sou capaz de ser

assim deseja o renomado conselho do povo marcial, militar, eu você, e aquela promessa que fizemos um ao outro, jamais nos curvaremos uma vez que o objetivo estiver brilhando na nossa frente como um pássaro flamejante emergindo das ruínas que o cativaram como um amigo muito próximo que não sabe o quão sacana está sendo

um pássaro tão redondo que é o sol, explodindo a cada minuto, me cegando a cada segundo, enquanto luta contra um vento imprevisível que o levará contra uma tempestade muito estimulante e totalmente parte de seus planos
enquanto nós assistimos da costa, muito longe do mar, sentindo cada milímetro de sua influência nos tecidos e na rinite,

hoje esse sol é o conforto do sofá, couro, ou veludo de couro, ou bordô de couro aveludado, ou um alicerce de ganância, justamente como sempre foi tão bem aceita

e o peso do erro em direção a maré ética dando vida a criatura mais asquerosa que esse mundo já quis ver, estamos radiantes, de terno, todos iguais enquanto a água bate na nossa bunda, já que os merdas estão se debatendo na água atrás de nós, e nós merdas nos vemos refletidos no corpo do ultimo tsunami que vamos ver assolando a terra, vestido de acordo com a importância da situação: o terno de respeitosa marca, o anel de lembranças vivas e arrebetáveis, a bandeira na mesma mão, do império carismático, na outra um sorvete de laranja, novo e pronto pra preencher até o canto mais sozinho da cabeça enquanto o fio escorrendo pelo ouvido anuncia que falta espaço pra mais

Céu cinza-azulado
Mercado público
Incêndio, dos dois lados
Ninguém, está tranquilo
Ja era hora mesmo
Cheirava a peixe

Nada vai salvar, e de acordo com a nossa vontade de complicar, essa é uma boa notícia
A maioria não queria que aquele prédio visse o sol nascer
Nenhum outro do centro
A maioria tinha alguma coisa contra o centro
Mas tomava café lá, fazia as coisas proibidas, que com certeza teria a reprovação dos mais fracos
Da faixa de pedestres mal pintada eu acho
Dos policiais tão bebados quanto
Incapacitados de mexerem o corpo pela aranha ansiedade que visivelmente apresentava uma pata de três pelos pra fora da orelha.

Elas sentem o cheiro do fogo e aí são alguns estágios
Primeiro sentem preguiça de fugir da razão, o oficial da prisão

Segundo, quando estão planejando a fuga discreta pra depois voltar, a razão entra em coma, fica fácil fugir

Terceiro, se arrastam com dificuldade pelo canal da orelha

Quarto, se encontram perto do fogo para o encontro social combinado semanas atrás. Algumas bem vestidas, outras magras demais, mas cada característica se encaixa no todo harmônico. Algumas se queimam levemente, mas nasceram no desastre que assolou o Mercado, em outros também. Então não sentiam a necessidade de se cobrir com alguma substância que proteja do calor excessivo para o corpo. O encontro é revigorante, como a harmonia ditou: os empregados se sentiram mais completos de acordo com as ordens do diretor.

Quinto, voltam cansados para suas celas, o oficial dá um sermão inspirado e trabalhado, e todos se sentem com o dever cumprido. Principalmente quem queimou o Mercado e agora se sentem com uma responsabilidade a menos. Menos um prédio do centro pra fingir que gostam.

Comprei o leite que era pra compensar a ausência dela.

As coisas vem se encaminhando de dias pra cá, uma vontade de ser excêntrico, um sentimento de ser contento prédios tão cavernosos igrejas residenciais meu coração vibrações imponentes trilhando o céu do cânion cidade a cidade centro a centro Londres é um lugar frio e famoso eu e você bêbados somos as celebridades que eles precisam combustível é a bola de fogo esvidraçaprofusão em espiral direção céu ou grande superfície plena a qual é referência de múltiplas culturas ao redor desse planetoide chamado minha nuca, seus olhos, os campos gravitacionais compreendidos inteligentemente entre os grandespamos de mãe mão a deusa branca-vestida vestido até o umbigo e aprochega se apresenta se debuta frente aos meus olhos universo nuca dunwich punta sunca bunda cumbia julia juliano será o nome de um filho que me evitará me jogará pro lado quando em cima dela estiver montado pronto para dar gênese ao primeiro mal de agosto, ao seu gosto que não é, ao gosto das incontroláveis condições biológicas a qual estamos submetidos e das quais só podemos fichar o fliperama em pouquíssimas expectativas

o eco é a parte importante, não subestime o eco no crânio ao seu lado

não subestime o sombro profusivo estrilhado em milhas minhas fantoches de mão, mãe

Lovecraft era muito dramático aí a gente brigou silenciosamente, eu usei o silêncio novamente, pretendo continuar usando até que algum incômodo incomode muito em tentar quebra-lo “Você ta bem?” “E essa cara de morto? Estudando muito?” “E a faculdade”

Achei um lugarzinho do seu lado, só quando é verão na verdade, só quando nós temos pouco porque aí mais que isso não é o suficiente é além do que alguma vez quisermos ter, que enormes cabeças enveludadas de bordô meio mofado, bem mofado porque não vamos nos complicar com os eufemismos nada poéticos, só chatos mesmo. Você podia estar em seu quarto embaixo de uma luz amarelinha enquanto as paredes vermelhas do condomínio afora eclodem tão pequenas em importância e com tanto significado incapaz de ser significante quando explicado em palavras. Já faz esse tempo, nos levamos divagar devagar pela mãe mão até esse ponto mirante aqui ficamos observando a vida passar e de repente como se um avião pequeno houvesse deixado um presente cair dentro de nossa cabeça, um pacote, a caixinha de música chamada Pandora tão pequena que engolimos e agora fica difícil dormir com esse barulho ringando tilintando, o barulho é bem audível, muitas vezes quem está de fora acaba ouvindo também (apesar de estar ouvindo é a própria caixinha no fim das contas) e apesar do barulho e simbologiazinhas românticas só conseguimos pensar na bailarina figura dos livros no parque horto, império dos insetos da paz, vieram fazer carinho na orelha, hoje batemos neles com força, ou com uma colher de madeira.

Devaneiando tropicalmente: ai ai aaaaaai a via expressa em alta velocidade eu chutei o motorista pra fora do ônibus eu dirijo como quem toma uma milk-shake de limonada enquanto dirige um ônibus fora do qual acabou de chutar um motorista em alta velocidade enquanto a menina de mini saia morena (fantasio muito mas tem estrada ali tem o mato que dá no estádio de futebol, então deixo a menina de saia morena mini morena menina com poucos sutiãs e um par de peitos bonitos o suficiente pra não quererem estar em um sutiã justo quando eu acabei de chutar o cobrador também, decidiram montar um churrasquinho pra esperar o show do Roberto Carlos ou do Paul McCartney que vai ter ali frente ao mar hercilio-baia-luz-sul-ilha-moquifinhos-pescadores-amanhã a ostra que é curiosa mas tão cara-aulas no cursinho aparecem por aí também, fantasio muito com ela mas vou deixar pra quando estiver em meu bangalô de teto baixo sem muito sol pra eliminar os mofos que vão me dirigir até o consultório cheio de parênteses não fechados, me deixa agora um pouco com esse sentimento a sós, tudo a vocês não é merecido pelo que me dizeram as nuvens e seus curiosos criadores, horrivelmente lovecraftianamente sorvete barato de menta.

É facil se perder né, eu lembro de estar mais próximos de mim mais disposto a enfrentar algumas das dificuldades faculdades, apesar da depressão da época, eu levava a vida acadêmica no pensionato de maneira sublime. É dois toques e nos perdi se perdiz

psicanonimo 10